FORMAÇÃO DOCENTE, POLÍTICAS COGNITIVAS E TECNOLOGIAS DIGITAIS

suiane costa, Cleci Maraschin

Resumo


A pouca eficácia dos cursos de formação docente, com vistas a potencializar o uso crítico e criativo das tecnologias digitais, pode estar relacionada à sua circunscrição a uma política recognitiva. Este artigo analisa a política institucional relacionada à tecnologia digital no ensino em uma universidade pública baiana e como ela se traduz em relação às diferentes políticas cognitivas envolvidas e a formação docente. Estudo do tipo estudo de caso. Na universidade pesquisada, a oferta da tecnologia ocorre através das modalidades do ensino semipresencial e como suporte pedagógico. A formação docente acontece através de oficinas com caráter pontual, instrumental e reducionista. A partir desse modelo, os professores tem acesso ao ambiente virtual de aprendizado para utilizá-lo como lhes interessar, configurando-se então uma política de disponibilização baseada no individualismo, ou na aposta de um protagonismo docente, sem coletivização das propostas, das dificuldades e das formas de enfrentamento. A política cognitiva predominante é a representacionista, que limita a tecnologia digital a um instrumento, para proporcionar apenas a apropriação de modos e modelos de resolução de problemas, tornando professores e alunos reprodutores ao invés de criadores. Evidenciou-se a ausência de política institucional que assegure ao professor um processo sistemático para apropriação da tecnologia, para que possa, se assim desejar, utilizá-la na busca por uma produção de aprendizagem inventiva, que inclui a recognição como ferramenta, mas vai além, atentando para as possibilidades de produção no próprio aprendizado e a partir dele.



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